Decidi fazer o Master em Liderança e Gestão Pública do Centro de Liderança Política com um foco muito claro: desenvolver a minha capacidade de liderar pessoas. Eu tinha acabado de disputar as Eleições de 2016 e precisava me reinventar como profissional: havia recebido o convite para cuidar do setor de planejamento de uma prefeitura vizinha à Belo Horizonte e, aos 23 anos, encarava isso como um grande desafio, pois minha única experiência coordenando um time havia sido no período eleitoral. Foi uma fase de muito crescimento e aprendizado, em que pude me dedicar para um curso de altíssima qualidade. Muita gente me pergunta sobre como virei aluna do CLP. Então, resolvi escrever este texto com tudo o que tem de mais importante sobre esse curso.
O processo seletivo
A fase de seleção do master é muito interessante, porque nos estimula a recuperar todo o nosso histórico profissional, com foco na liderança que já exercemos, no setor em que já trabalhamos e também nos resultados alcançados. Diferente da Fundação Estudar, que busca perfis protagonistas independente das características regionais ou sociais, o MLG tem uma premissa forte de diversidade. Isso significa que, além da trajetória pessoal, são importantes a área em que você trabalha, a região onde você está e também a maturidade profissional que você já possui. A minha turma era extremamente diversa!
Vale ressaltar que algumas pessoas não são aprovadas na primeira vez por duas principais razões. Tem gente que é reprovada porque pertence a um grupo com alta representação na turma. Outras acabam não entrando porque ainda não se encontravam em cargos onde conseguiriam aproveitar ao máximo as experiências do curso. Portanto, vale muito a pena tentar o processo mais de uma vez!
Ao relatar minha trajetória no processo seletivo, preferi dar enfoque em dois períodos da minha vida: a experiência em gestão que adquiri durante o estágio que fiz na Falconi Consultores de Resultado e as Eleições de 2016. Como pano de fundo, deixei claro os desafios enfrentados no cargo que ocupava no momento e como enxergava no MLG o espaço para aprender e desenvolver as habilidades que ainda não possuía.
O curso
O curso possui um mix muito poderoso entre as disciplinas de liderança, de gestão pública, gestão de pessoas, articulação e política, finanças e estatística. Profissionais que vierem do setor privado, do setor público ou da política saem dessa pós com uma boa base dos conhecimentos e habilidades necessários para exercer a liderança com excelência em suas respectivas áreas. A parte que mais me agregou desses conhecimentos foi definitivamente a de liderança e de gestão de pessoas. Se na Fundação Estudar aprendi sobre olhar para dentro, ser protagonista e ter um propósito claro de vida, no MLG entendi como transmitir isso para as pessoas e como entendê-las em suas motivações também.
Uma rede de líderes pelo Brasil
Especificamente sobre a liderança, tivemos exemplos claros ao longo do curso de como o papel do líder é vital na articulação de projetos e na sustentação das organizações. Ficou nítido para mim que a liderança é sim um papel de muita responsabilidade, de muitas renúncias e de até mesmo solidão, aspecto que os professores reforçam várias vezes, pois a liderança é vendida como uma tarefa glamurosa ou de status. E a realidade mostra que não é bem assim.
Se, por um lado, a liderança estava atrelada à solidão, por outro lado, eu tinha, ao meu redor, uma rede muito forte de outros líderes, enfrentando outros desafios, mas que poderiam contar sempre uns com os outros. E, mesmo depois do início do curso, esse legado deixado pela minha turma continua forte!
De forma geral, a rede de todas as turmas do MLG é muito rica. Há gestores públicos, políticos, empreendedores. A diversidade da turma cria um ecossistema muito produtivo para os debates, para a construção de projetos em conjunto, de parcerias e também de benchmarkings ao redor do Brasil.
A imersão internacional
Se o curso tivesse me proporcionado só os aprendizados acima, já teria sido valioso, mas teve muito mais. Essa é uma pós-graduação de 16 meses, com um dos encontros fora do Brasil. No meu caso, na turma IV, o módulo foi feito na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Esse foi o auge do aprendizado! Passamos uma semana em imersão, com várias discussões muito qualificadas, com a experiência de conviver intensamente com a turma e de poder conhecer referências internacionais nos assuntos que tanto estudamos ao longo dos meses no MLG.
As aulas em Oxford foram uma das experiências mais marcantes da minha trajetória pessoal e profissional. Por esses e outros motivos recomendo o MLG para todos que, de alguma forma, interagem com o setor público e que desejam transformar o nosso país ao lado de gente boa, cheia de propósito e que já vem trabalhando muito para melhorar a vida dos brasileiros em diferentes contextos.
Fui aprovada para a turma IV do MLG e mal sabia o quanto esse curso mudaria todos os campos da minha vida. Entrei focada em me tornar uma gestora pública mais qualificada e sai em outro emprego, muito mais feliz e uma Marcela que se conhecia muito melhor, além de ter ganhado um círculo de amizades muito forte e sólido!