Desde que me entendo por gente, eu faço política. E isso não significa só que eu já fazia campanha desde os 16 anos. Não! Fazer política é muito mais do que se envolver a cada dois ou quatro anos no processo eleitoral. É um processo diário, construído aos poucos e que demanda muito do nosso tempo e atenção.
Fazer valer nosso papel dentro da sociedade já é fazer política. Exercer cidadania em cada ato das nossas vidas é o melhor jeito de dar os primeiros passos na política. E isso não é difícil. Eu fiz esse guia para falar mais sobre várias maneiras de você ser mais ativo no mundo político.
Eu comecei a exercer política porque queria fazer a diferença na vida das pessoas. Esse foi o caminho que encontrei para colocar em prática as boas ideias que sempre via ao meu redor. Na época de escola, fui presidente do Grêmio Estudantil. Foi quando aprendi na prática como a democracia exige que a gente saiba ouvir e aceitar as opiniões contrárias às nossas. Isso dá muito trabalho porque o consenso parece algo inatingível, mas saber dialogar é ponto mais importante de quem deseja construir uma trajetória na política.
Como começar? Listei 9 formas de exercer a política em diferentes setores da sociedade. Com certeza, você pode encontrar a maneira que mais se identifica.
Para os jovens
Grêmio Estudantil
Costuma funcionar de modo similar ao nosso sistema político. Os membros se elegem depois de votação democrática e precisam se organizar para defender os interesses dos outros alunos. É um bom ponto de partida para quem quer conhecer mais sobre eleições e se envolver com o tema. Também vai aprender na prática como pode ser difícil dialogar com várias pessoas que pensam diferente.
Movimento estudantil universitário
É uma das principais portas de entrada para grandes líderes políticos do mundo todo. Os movimentos estudantis costumam se organizar em torno de pautas que se identificam e que acreditam ser importantes dentro e fora do mundo acadêmico. É uma oportunidade defender os interesses em conjunto e exercer a política em grupo, concorrendo ou não com outros grupos do mesmo formato. Um dos exemplos é o Students for Liberty – movimento liberal que propaga as ideias da liberdade nas universidades.
Mobilização local
Associações de bairro
Bairros, regiões e comunidades costumam se organizar em instituições independentes para tratar de temas locais. É um espaço de convivência e discussão sobre o ambiente comum aos moradores, para tratar dos interesses em conjunto dessas pessoas. É, inclusive, nessas associações em que surgem muitas das demandas que são levadas aos vereadores e discutidas nas sessões legislativas municipais.
Conselhos temáticos da cidade
Muitos municípios mantêm conselhos voltados para pautas específicas da gestão pública, como por exemplo: saúde, juventude, política urbana e educação. Esses órgãos são abertos para que qualquer cidadão possa contribuir e se integrar mais na política da cidade. Todos eles dependem muito da mobilização social e do envolvimento ativo de quem integra e precisa desses setores: há conferências, reuniões e regimentos para organizar a dinâmica de um conselho.
Associação comercial
São grupos de lojistas, empreendedores e interessados no crescimento da economia e prosperidade de seus negócios. Podem ser organizações de âmbito local, municipal, estadual ou federal. A proposta é dividir experiências de negócios, compartilhar serviços oferecidos pela associação e enfrentar juntos a burocracia que muitas vezes atrapalha o crescimento dos negócios. Há também oportunidades em programas de capacitação ao funcionário e ao empreendedor. Atualmente, faço parte da diretoria de integração no conselho empresarial de Jovens da ACMinas, a associação comercial de Belo Horizonte.
Mobilização direta
Filiação partidária
Essa é maneira mais óbvia de se fazer política institucional. Filiar-se a um partido é comprovação de que você tem interesses em comum com a ideologia da legenda e pretende defendê-los na esfera pública. Para colaborar, não precisa necessariamente ser candidato nas eleições. Há uma série de demandas dentro e fora do processo eleitoral que você pode desempenhar, como participar de ações de formação política, promover debates, apoiar candidatos nas eleições, atuar nas esferas internas dos partidos, entre outros.
Ouvidorias
Os canais de comunicação de comunicação direta são espaços onde você pode denunciar ou fazer sugestões diretamente ao poder público. E isso também é fazer política, pois você estará exercendo ativamente seu papel de cidadão fiscalizador. Geralmente esses canais funcionam por telefones, aplicativos ou redes sociais.
Sessões legislativas
Saber o que está acontecendo dentro das casas legislativas deveria ser um dever de todo cidadão. É dessa maneira, inclusive, que você pode acompanhar e fiscalizar o trabalho de quem você votou na eleição. Para quem quer começar a entender mais sobre o debate político no dia-a-dia, essa é uma ótima maneira de começar. E não precisa nem sair de casa! Por lei, as câmaras legislativas devem manter canais de acesso ao cidadão. Pode ser por pela TV, rádio ou sites que mostrem as reuniões em tempo real, como por exemplo a TV Senado e a TV Câmara.
Mobilização social
Movimentos políticos
Com o sistema partidário brasileiro cooptado por legendas que funcionam mais como um “cartório” do que partidos com ideias, propostas e ideologia, vários movimentos suprapartidários estão surgindo no Brasil e são ótimos espaços de debate de ideias. Essas instituições, como o movimento Livres, que defende a liberdade por inteiro e que faço parte, atuam como uma agremiação de pessoas vindas de diferentes regiões do Brasil e diversos partidos políticos (ou de nenhum deles) que trabalham pela mesma ideia.
Plataforma Politize!
Se você ainda não quer colocar a mão na massa, mas quer aprender mais sobre política, fique de olho em alguns portais especializados no assunto. Um dos que mais gosto e indico é o Politize!: uma ONG voltada para educação sobre política, valorizando a pluralidade de ideias e posições. A plataforma oferece conteúdos em diferentes formatos: áudio, vídeo e texto para formação de uma cidadão consciente.
Dentro de todas essas instituições existem várias formas de participação. Se você propõe debates saudáveis com sua família, apoia candidatos em períodos eleitorais ou até mesmo se mobiliza para cuidar do seu bairro, você já está fazendo política. No fim, o mais importante é todos fazermos nosso papel de cidadão. Acredite, são pequenas ações que fazem parte do quanto você pode ou não ser ativo na política. Valorize o sua função na sociedade e na defesa daquilo que você acredita!